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06Ago2011

Vale do São Francisco com proteção vegetal

Pernambuco e Bahia estão perto de ganhar a primeira Área de Proteção Fitossanitária do Brasil (APF), numa região que inclui dez municípios do Vale do São Francisco. Criada em 2006 pelo Ministério da Agricultura, a APF servirá para proteger a produção de vegetais, principalmente as frutas, de pragas externas, presentes em outras regiões do país.
Para ser oficialmente implementada, a APF precisa que dois estados homologuem leis semelhantes, reconhecendo a região como uma área especial de produção, sujeita às mesmas regras fitossanitárias. Serão criadas barreiras nos dois estados (três na Bahia e duas em Pernambuco) para vistoriar todos os veículos de carga e impedir a entrada de produtos vegetais provenientes de outras regiões.

Fazem parte da Área de Proteção Fitossanitária os municípios de Petrolina, Lagoa Grande, Santa Maria da Boa Vista e Orocó, em Pernambuco; e Juazeiro, Curaçá, Casa Nova, Sento Sé, Abaré e Sobradinho, na Bahia. A região é responsável por 90% das exportações de uva e manga do Brasil, com destaque ainda para a produção de cana-de-açúcar, coco, banana, melão, goiaba e acerola. Todas utilizando a irrigação.

“Já concluímos duas etapas importantes: o levantamento do fluxo de veículos que transitam pela região, desde o Sul da Bahia até a divisa de Pernambuco com o Piauí; e a relação de pragas potenciais que podem ameaçar a produção do Vale do São Francisco”, explica Aldo Malavasi, presidente da Moscamed – Organização Social ligada ao Ministério da Agricultura, criada para monitorar as pragas agropecuárias.

A gestão da APF ficará sob responsabilidade das Agências de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro) e da Bahia (Adab). Já foi concluído um documento com regras comuns que servirá de base para a criação das leis estaduais que instituirão a APF, com expectativa de conclusão e votação pelas Assembleias Legislativas até o fim deste ano e implantação total até julho de 2012.

“A ideia é ser proativo, pensando nas culturas que já são produzidas e nas que ainda vão começar, como é o caso dos cítricos. O que vai acontecer é uma valorização da produção da região, livre de todas as pragas. Numa etapa seguinte, a expectativa é ampliar também para o transporte de animais, criando uma área fitozoosanitária”, completa Malavasi.

O secretário de Agricultura de Pernambuco, Ranilson Ramos, explica que o passo seguinte à criação da APF do Vale do São Francisco é a adoção de um selo de origem. “Devemos instituir um cartão do produtor, uma espécie de certificado de que as frutas são produzidas numa área protegida pela barreira fitossanitária. Isso vai valorizar as frutas do Vale, abrindo mercados”, explica.

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