Trata-se de um sistema de produção amplo que busca propiciar a exploração duradoura dos recursos das propriedades rurais, buscando diversificar e intensificar as atividades produtivas sem a necessidade de desmatar e, pelo contrário, com a possibilidade de recompor áreas de preservação ambiental degradadas. Por não lidar com monocultivos, problemas com pragas e doenças são minimizados. Além disso, por sua amplitude, o SAF varia conforme o interesse econômico do agricultor, da disponibilidade de sua mão-de-obra e de infraestrutura.
A Embrapa Arroz e Feijão vem desenvolvendo há dois anos um projeto de recuperação da vegetação nativa do bioma, associando cagaita, baru, pequi e ingá com culturas agrícolas, a fim de permitir geração de renda, enquanto as espécies arbóreas encontram-se em fase de crescimento. Com isso, são abatidos os custos de implantação do sistema. Adicionalmente, um diferencial importante nesse trabalho é que os cultivos são feitos de maneira orgânica, com o auxílio de adubos verdes como a mucuna, a crotalária e o guandu.
A proposta desse projeto realizado em Goiás integra o que é chamado de Sistema Agroflorestal (SAF), o qual abrange um conjunto de técnicas alternativas de uso da terra, por meio do consórcio nos primeiros anos de fruteiras nativas com culturas anuais, como milho, feijão, girassol e gergelim, seguidas de espécies semi-perenes e perenes, com a possibilidade ainda de incluir a criação de pequenos animais.