Ceasa Pernambuco

Mercado

18Set2011

Selo de qualidade ao mel do Araripe

Região foi a primeira do estado a receber a certificação federal, dada pelo Ministério da Agricultura.

Maior produtora de mel em Pernambuco, a região do Araripe caminha a passos largos para aumentar ainda mais sua participação no mercado. A microrregião conquistou o selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), conferido pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tornando-se a primeira no estado a receber a certificação federal.

O órgão concedeu o SIF à Associação de Apicultores de Bodocó (AAPIB), formada por cerca de 60 famílias produtoras do insumo que serão beneficiadas diretamente com o documento. A partir de agora, além de terem o produto com melhor valor agregado, os produtores poderão comercializar o mel para outros estados, já que a venda poderá ser fracionada.

Curiosamente, Bodocó não lidera a produção de mel em Pernambuco, embora tenha sido beneficiada com o SIF. No ranking das cidades produtoras no Sertão do Araripe, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ano-base 2009/2010, a cidade ocupa a sétima posição, com uma produção média de 20 toneladas de mel por ano. Isso equivale a apenas 2% da produção do estado.

Quem puxa a lista dos maiores produtores na região é Araripina, que detém o selo do Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e produz 580 toneladas de mel por ano, 50% de todo o insumo produzido em Pernambuco. A cidade sertaneja, aliás, é a segunda no ranking nacional, segundo o IBGE. O Araripe responde por 68% da produção total no estado, atualmente em 1.594 toneladas por ano.

“O nível de organização dos produtores vinculados à AAPIB foi o fator determinante na conquista do SIF, já que as famílias projetaram metas visando a obtenção do selo. Isso vai gerar um efeito multiplicador na região e os demais produtores também vão buscar a certificação”, explicou Alexandre Rodrigues, gerente da unidade de desenvolvimento territorial Agreste e Sertão do Sebrae-PE.

De acordo com Rodrigues, antes do SIF os produtores de mel vendiam o produto em barris de 200 quilos. Com o selo, a comercialização passa a ser fracionada e a produção não passará pelos “atravessadores”, que até então ficavam com o grosso do lucro. Ele destacou que agora os apicultores têm uma equipe treinada para atender todas as exigências de produção e beneficiamento do mel, conforme legislação federal do Ministério da Agricultura.
“É um passo importante para que Pernambuco avance no ranking nordestino, uma vez que ocupa a quarta posição, atrás do Ceará, Piauí e Bahia”, pontuou Rodrigues.

Além do mel, os apicultores de Bodocó estudam a viabilidade econômica da produção de pólen, em plena caatinga pernambucana. O trabalho também conta com a consultoria do Sebrae-PE e os resultados até o momento são animadores. Enquanto a produção média por colmeia no Brasil está em 18 gramas por dia, eles têm obtido uma média diária de 50 gramas por colmeia.

Notícias