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02Mai2012

Seca afeta produção de cana no estado

O atraso no regime de chuvas nas zonas da Mata Norte e Sul de Pernambuco já está prejudicando a produção de cana-de-açúcar do estado. Segundo informações do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar), baseado em informações da Estação Experimental de Cana-de-açúcar de Carpina, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), no mês de março choveu metade do índice do ano passado. A queda na próxima safra pode chegar a 20%.

“Deveria estar chovendo desde março, mas as chuvas não começaram. Já há um comprometimento da produção com esta estiagem. Com certeza haverá queda na produção. Para o campo, um dia perdido não tem como ser recuperado”, lamenta o engenheiro agrônomo Ricardo Moreira, da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco.

Enquanto em março do ano passado choveu 65 milímetros no interior da Mata Norte, no mesmo mês deste ano a quantidade de chuvas não passou de 25 milímetros. No Litoral Norte, em março de 2011 choveu 98 milímetros e neste ano a pluviosidade foi de 52 milímetros. Já na Mata Sul – historicamente menos afetada com a estiagem – a quantidade de chuvas em março de 2011 foi de 72 milímetros. Em março de 2012 foi de 50 milímetros.

Na avaliação de Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar, a queda na produção pode ficar entre 10% e 20%, dependendo da época em que houver regularização climática. Na safra passada (2011/2012), Pernambuco produziu 17,36 milhões de toneladas de cana, 1,47 milhão de toneladas de açúcar e 356 milhões de litros de etanol. “A falta de chuvas pode comprometer não apenas a próxima safra, mas também a safra 2013/2014 porque no período entre maio e julho acontece o plantio e a renovação dos canaviais, além do tratamento das raízes existentes, chamadas de socarias”, explica o presidente do Sindaçúcar.

Bagaço

O setor sucroalcooleiro pode contribuir também para a alimentação do gado nas regiões Agreste e Sertão – mais afetadas pela estiagem. A possibilidade está sendo estudada pelo governo do estado, que pode optar por comprar o bagaço da cana para servir de ração animal.

Para atender os municípios afetados pela seca em todo o Nordeste e que já tenham o estado de emergência reconhecido pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, o Banco do Nordeste (BNB) decidiu destinar crédito emergencial para produtores rurais, comerciantes e setores da indústria prejudicados. Ao todo, o BNB está disponibilizando R$ 1 bilhão do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). O limite de crédito será entre R$ 12 mil e R$ 100 mil, com juros de 3,5%.

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