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Mercado

05Ago2011

Safras derrubam os preços

O segundo semestre é o período de fartura nas mesas. Isso porque coincide com a safra dos principais itens da cesta básica. Em julho, a feira de alimentos já ficou 0,51% mais barata, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estudos e Estastísticas Socioeconômico (Dieese). O menor desembolso se deve, principalmente, à redução dos preços da carne e do leite, que devem manter-se estabilizados nos próximos meses. O pão, que acumula alta de 4,4% em um ano, também não deve sofrer reajustes. O tomate, cujo ritmo de aumentos recuou em julho, começa a ficar mais barato no fim deste mês, seguindo o exemplo da banana, que ficou 9,9% mais barata. As quedas de preço só não valem para o açúcar e o café, que continuarão em alta.

O valor da cesta atingiu R$ 212,55 em julho, ficando R$ 1,09 mais barata em relação ao mês anterior. “No segundo semestre, a maioria dos aumentos, especialmente de hortifruti, entram em safra. Por isso, nos últimos seis meses do ano, os alimentos ficam mais baratos”, diz Romero Pontual, presidente do Centro de Abastecimento Alimentar de Pernambuco (Ceasa-PE). O tomate ficou 5,62% mais caro em julho, mas deve cair de preço no final de agosto devido ao começo da safra, de acordo com Pontual. A banana já saiu da entressafra.

“O declínio observado no preço da carne decorre, em parte, da restrição de importação por parte da Rússia, o que aumenta a oferta do produto no mercado interno”, comenta a supervisora técnica do Dieese, Jackeline Natal. “A arrouba hoje está a R$ 105, acima do preço histórico de R$ 75. Isso foi bom para remunerar melhor os produtores e para ajudá-los a investir nos seus rebanhos. Creio que agora os preços vão se estabilizar”, prevê Pontual. “O leite também está com uma boa oferta e não deve sofrer aumentos”, acrescenta. O feijão caiu 21,53% nos últimos doze meses, subiu 1,45% em julho, mas não deve voltar a subir, segundo Pontual. “O preço será normalizado no segundo semestre”, diz ele.

O pão também não deve sofrer novas altas, de acordo com o presidente do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria de Pernambuco (Sindipão), José Cosme da Silva. “O preço do trigo se estabilizou”, diz ele. Já o açúcar e o café continuarão encarecendo a cesta básica nos próximos meses. O açúcar ficou 1,48% mais caro e acumula alta anual de 9,57%. “O açúcar segue trajetória ascendente, tendo em vista a entresafra da região Nordeste e o ritmo lento da colheita na região Centro-Sul, com expectativa de menor produção em relação ao ano passado. No mercado internacional, o preço da commodity segue valorizado”, avalia Natal.

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