Ceasa Pernambuco

Mercado

04Ago2014

Produtores ainda sofrem sem mercado

Mesmo após um mês da revogação da portaria Nº 14/2013 - conhecida como “Portaria do Leite” - a situação dos produtores da bacia leiteira do Agreste pernambucano ainda continua a mesma. A medida - que permitia a importação do leite em pó pelas indústrias de laticínios do Nordeste por um prazo de três anos, como uma forma de amenizar os impactos da seca que assolava a região na época - foi derrubada pelo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, no último dia 4 de julho. Porém, a iniciativa não fez com que a bovinocultura e a bacia leiteira do Estado se recuperassem - mesmo com os pastos verdes e os reservatórios abastecidos de água.

O presidente do Sindicato dos Produtores de Leite do Estado (Sinproleite), Saulo Malta, ressalta a falta de fiscalização nas indústrias por parte dos órgãos competentes. “As indústrias continuam usando leite em pó e comprando leite de atravessadores, o que compromete a qualidade do produto. O problema é que falta fiscalização”, destacou.

Para o pecuarista Moshe Dayan Fernandes, que cria gado há mais de sete anos no município de Pedra, ainda vai levar um tempo para que o mercado se acomode novamente. “A verdade é que, quando essa portaria foi revogada, ainda tinha muita indústria com leite empó estocado. Há muitos empresários reidratando leite em pó para colocar no iogute, coalhada e outros derivados”, lamentou Fernandes.

Apesar da especulação, o presidente do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados de Pernambuco, Carlos Albérico Bezerra, afirmou que as indústrias do Estado não utilizam leite em pó. “As indústrias encontram leite in natura disponível no mercado a um preço muito mais baixo. Se os produtores estão nessa situação é por acomodação deles”, rebateu Bezerra.

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