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03Out2011

Produção de tomate de volta

No passado, o Vale do São Francisco foi referência nacional para o cultivo de tomate, até que a praga da mosca branca pegou os agricultores de surpresa e devastou as lavouras. A partir daí, começou a ser difundida a ideia de que não seria possível produzir tomates naquela região novamente e o cultivo ficou escasso. O Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), preocupado com a situação, investiu em pesquisas para encontrar uma solução. “Nossos técnicos deram os primeiros passos para desenvolver variedades resistentes à mosca branca”, revela o presidente do Ipa, Júlio Zoé. Doze anos depois, o resultado chega ao que é hoje: um fruto grande, bonito, resistente à praga e com fraquíssimas doses de agrotóxico.

Zoé conta que o processo de melhoramento genético envolve a produção de genótipos para a criação de uma ampla base genética. A partir daí, essas bases são colocadas em um ambiente exposto à mosca branca para que seja possível selecionar aquelas que, mesmo na presença da praga, não morrem e não desenvolvem sintomas da doença. Os testes levaram à descoberta de um fruto resistente e de melhor qualidade em comparação ao convencional. “O agricultor que não utiliza essa variedade precisa de 33 pulverizações, enquanto a nossa sobrevive com apenas três. Ou seja, estamos falando de um tomate que será produzido com menor custo de produção - porque o produtor não terá tantos gastos com agrotóxico - e sem prejuízos à saúde de quem planta e de quem consome”, completa.

A variedade se encontra nas fases finais de estudos e testes, devendo as sementes serem disponibilizadas para plantio em 2012. “O tomate é uma lavoura de alta densidade econômica, compatível com a agricultura familiar. Mesmo em uma área pequena, maneja grande quantidade de dinheiro”, garante Zoé. O novo fruto produz entre 80 e 120 toneladas por hectare. “A variedade nos enche de esperança de que a cultura do tomate possa voltar a ter a expressão que tinha no Vale do São Francisco”, aspira.

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