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28Fev2012

Preço do feijão dispara no Recife

O preço do feijão disparou no Recife e vai continuar pesando no bolso do consumidor. O carioca, o mais consumido pelo mercador local, registrou uma variação de 62,5%, comparando o preço de venda de dezembro passado com o de ontem. Há dois meses, o quilo era comercializado, em média, por R$ 3,20 e agora custa R$ 5,20, segundo informações levantadas pela Associação Pernambucana de Supermercados (Apes).

Os motivos que estão fazendo o feijão ficar mais caro são vários. “O preço do produto estava em baixa e aí uma parte dos produtores decidiu plantar soja, que estava remunerando melhor”, explica o vice-presidente da Apes, Djalma Cintra Júnior. Ele acrescenta que a atual alta é provocada pela falta do produto.

A diminuição do plantio da área de feijão foi tomada pelos produtores paranaenses que trocaram o produto pela soja. “O feijão é uma cultura temporária. Quando a remuneração não está boa, os produtores trocam por outra cultura. É um movimento comum que ocorre nas culturas temporárias”, resume a supervisora técnica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Jackeline Natal.

Também contribuiu para a escassez do feijão as chuvas registradas em Minas Gerais, um grande produtor. Pernambuco importa quase 100% do feijão que consome, o qual é produzido principalmente no Paraná e em São Paulo. A produção de feijão pernambucana é destinada a abastecer as feiras do interior, segundo a Apes.

Tanto Jackeline quanto Djalma acreditam que o feijão ainda está num momento de alta. “Na nossa expectativa, Vai levar de quatro a oito meses para os produtores se reorganizarem, produzirem mais e o preço baixar”, conta Djalma Cintra.

Jackeline compara o que está ocorrendo agora com a alta registrada em 2006 e 2007, quando o preço do feijão carioca chegou a ser vendido por mais de R$ 6,00 o quilo em alguns supermercados do Recife. “Essas variações são como se fossem cíclicas. Depois, o preço volta a cair”, conta.

A alta do feijão carioca vem ocorrendo desde dezembro do ano passado. Em janeiro último, ele foi um dos responsáveis pelo aumento da cesta básica no Recife com uma variação de 22,92%.

Mas a elevação do preço não ocorre apenas em Pernambuco. No mês passado, o produto ficou mais caro em 15 capitais, incluindo São Paulo, cujo Estado é um grande produtor.

Para fugir da alta do feijão carioca, a solução é trocá-lo pelo feijão preto, que está com o seu preço estável. O quilo do produto era comercializado, em média, por R$ 4,40 em dezembro e continuava com o mesmo preço de venda este mês, de acordo com a Apes.

“Como o feijão preto sempre foi mais caro do que o outro, os produtores não desistiram de plantá-lo e o preço se manteve estável. E atualmente, está mais barato do que o carioca”, conclui Djalma.

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