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Mercado

26Jun2013

Preço do feijão cairá até 10% em 30 dias

Os brasileiros vão ter que esperar um pouco mais para ver o preço do feijão cair nas prateleiras dos supermercados. Na última segunda, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) anunciou alíquota zero, válida até 30 de novembro, para o imposto de importação sobre um dos alimentos cativos da mesa dos brasileiros. Trata-se de uma tentativa de aumentar a oferta do produto e aliviar a pressão inflacionária. No entanto, segundo atacadistas e donos de supermercados, o consumidor só verá o efeito da medida em, pelo menos, 30 dias. Hoje, o quilo do feijão está custando por volta de R$ 8. O feijão-branco não está incluído na redução da alíquota de importação.

De acordo com o presidente da Associação Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores (Aspa), Douglas Cintra, um mês é o tempo mínimo necessário para a aquisição das novas sacas do produto. “Em duas semanas, muitos supermercados já devem baixar o preço para forçar a venda do feijão estocado e conseguir comprar mais, quando o consumidor verá uma redução de 10%. Mas em 40 dias, acho que o valor do feijão nas prateleiras deve diminuir cerca de 20%, custando entre R$ 5 e R$ 6”, afirma Cintra.

Antes da medida anunciada no último dia 24, através da Resolução Camex n˚ 47/2013, o imposto incidente era de 10% sobre as importações de feijão. O pedido de eliminação da tarifa foi feito pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que defendia isenção da alíquota até dezembro. A cotação de uma saca de feijão era de R$ 140 em maio de 2012 e, na última semana, chegou a R$ 180, de acordo com o Mapa.

Segundo o vice-presidente da Associação Pernambucana de Supermercados (Apes), Djalma Cintra Júnior, os preços desse alimento variaram entre 15% e 27% de junho de 2012 a junho de 2013, a depender da marca. “O preço subiu por causa dos efeitos climáticos: seca no Nordeste e excesso de chuvas no Sul e Sudeste”.

Para Douglas Cintra, da Aspa, em alguns locais, como a Ceasa, é possível encontrar um feijão mais barato, ao preço de R$ 5, o chamado feijão úmido, que possui qualidade razoável, por conta das chuvas, e pode se estragar mais rapidamente. De acordo com Paulo de Tarso, diretor de abastecimento da Ceasa, o feijão vendido na central vem do Paraná e da Bahia, locais afetados pelo excesso e falta de chuvas, respectivamente. Apesar disso, Djalma Cintra também acredita que após as medidas anunciadas, o feijão brasileiro será pressionado a baixar.

Ontem, o ministro Antônio Andrade também anunciou que o governo federal pretende importar 200 mil toneladas até o fim de outubro, quando termina a atual safra no Brasil. Segundo ele, até agora foram trazidos do exterior 112 mil toneladas de feijão para suprir a falta do produto decorrente da seca.

“A atitude mais sensata do País, agora, é estimular a importação, porque a pressão da demanda é grande, o que está fazendo os preços subirem. Mas os valores só vão baixar quando tivermos boas safras brasileiras”, acredita Douglas Cintra.

O ministro Antônio Andrade ainda ressaltou, ontem, que até para importar feijão é complicado, pois poucos países têm condições de vender o produto ao Brasil, além da Argentina, da China e do México. “Há dificuldades porque (o feijão) está mais para hortifrutigranjeiro. Não dá para estocar, porque perde qualidade. Devemos importar 112 mil toneladas, mas precisamos de 200 mil”, disse. Na próxima quinta, ele se reunirá com secretários de quatro estados produtores – Bahia, Goiás e Minas Gerais, além do Distrito Federal – para estudar medidas de incentivo à produção.

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