Por iniciativa dos pesquisadores da Embrapa, às Unidades Demonstrativas do Programa Água Doce foi adicionado um espaço de 1 ha que chamam de Vitrine Tecnológica. Nesta área, são implantadas amostras de 20 variedades de forrageiras e agroenergéticas, estudadas na Embrapa Semiárido para cultivo em regiões de chuvas irregulares. Para alimentação humana, são plantadas milho catingueiro, feijão pujante, feijão marataoã, guandu petrolina, amendoim, umbu gigante. Como forrageiras são experimentadas na área da comunidade glirícidia, pornunça, maniçoba, leucena, gandu forrageiro, pustumeira e melancia forrageira.
Outras espécies têm aptidão agroenergética – algodão e mamona – e mais duas podem ser usadas tanto na alimentação das famílias como dos animais: o sorgo Ponta Negra e o gergelim. Somente as variedades de feijão postas na Vitrine podem render até 1500kg por hectare. Os agricultores, baseado na interação com pesquisadores, terão a oportunidade de escolher aquelas culturas com maior potencial de adaptação à sua propriedade.
Os representantes da Embrapa ainda orientam em práticas de manejo de solo e de água que ajudam a conservar a água das chuvas próxima as plantas por mais tempo, o que aumenta a garantia de colheita. Estamos criando condições para que as comunidades vinculadas ao PAD efetivem novas oportunidades de convivência com o semiárido, explica o engenheiro agrônomo Gherman Garcial Leal de Araújo, pesquisador da Embrapa Semiárido.
O Programa Água Doce é coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, e visa estabelecer uma política pública de acesso a água de boa qualidade em áreas de considerável déficit hídrico do semiárido brasileiro. O sistema de produção integrada baseado no uso de rejeitos do processo de dessalinização foi desenvolvido na Embrapa Semiárido.