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20Jul2012

Orgânicos precisam de novo olhar

Grandes redes de supermercados defendem capacitação de pequenos produtores

A produção no setor de orgânicos no País movimenta um valor estimado de US$ 550 milhões por ano. Porém, 70% desse montante é exportado para mais de 70 países, e somente os 30% restantes são usufruídos pelos brasileiros. O Grupo Pão de Açúcar e o Walmart acreditam que capacitar os pequenos produtores pode ser uma boa alternativa para estimular o fornecimento de produtos orgânicos no Estado e na região.

Segundo a gerente Comercial de Orgânicos do Grupo Pão de Açúcar, Sandra Caires, existe uma carência de especialidade técnica para ajudar o pequeno produtor no desenvolvimento dos negócios. “O Governo oferece poucos incentivos aos pequenos produtores. Nós disponibilizamos um técnico agrícola para acompanhar esses produtores em suas demandas na categoria Hortifruti”, garante.

Para o vice-presidente de Perecíveis do Walmart, Allain Benvenuti, o acompanhamento dos pequenos produtores é indispensável em processos que vão desde a produção orgânica até o fornecimento dos produtos para grandes empresas. “Temos um time de engenheiros agrônomos que trabalham em regiões como o Sudeste, Sul e Nordeste para capacitar esse grupo”, informa.

Os setores orgânicos que mais crescem no âmbito nacional são Hortifruti (com cerca de 50 itens frescos), seguido de Mercearia e de Carne Orgânica. “O setor de Hortifruti é o que mais cresce por ter produção maior e vender mais”, mensura. Na produção local aproximadamente 50 itens são da categoria de Mercearia. “A produção nacional está estimada em 260 itens. A nossa ideia é que em até dois meses os restantes dos itens sejam fornecidos a Pernambuco”, assegura. A categoria de carne orgânica cresceu cerca de 300% entre os anos de 2011 e 2012.

Para o fornecedor Evaldo Costa, que distribui produtos para Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, a produção dos orgânicos é difícil devido ao fato de não poder utilizar agrotóxicos, que por sua vez aceleram a produção. “Outro problema é que às vezes o consumidor opta por comprar produtos mais baratos”, ressalta.

De acordo com a representante do Pão de Açúcar, Sandra Caires, a diferença de preços entre produtos convencionais e orgânicos é quase mínima. “O açúcar já foi quatro vezes mais caro, hoje o produto convencional custa apenas entre um a dois reais a menos”, lembra. O consumidor pode encontrar um azeite orgânico a um preço de R$ 14,99, enquanto o convencional pode custar entre R$ 13,99 a R$ 15,99. “No nosso supermercado o consumidor pode se basear pela precificação verde para saber se o produto é inorgânico”. Procurado, o Carrefour preferiu participar da reportagem.

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