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14Mai2013

O grito dos prefeitos do Nordeste

A Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e a Confederação Nacional de Municípios (CNM) promoveram, ontem, um protesto contra as desonerações promovidas pelo Governo Federal, que atingem os recursos destinados às prefeituras, e a falta de compensações financeiras para essa situação. A chamada Mobilização Regional pelo Nordeste aconteceu na Assembleia Legislativa (Alepe) e contou com a presença de 112 prefeitos, dezenas de vereadores e secretários, além de alguns moradores de vários municípios do Agreste e do Sertão do Estado. Os gestores assinaram um manifesto, intitulado Grito do Nordeste, convocando a sociedade para somar esforços na luta por uma região “mais digna”.

No encontro, vários prefeitos mostraram-se indignados com a falta de recursos para combater a seca e muitos relataram que os municípios só seriam fortalecidos com a implantação de políticas públicas estruturais de convivência com o clima da região. Entre as propostas estão as ações de liberação de uma cota média do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de 2012, via cartão de pagamento da defesa civil - recurso que já havia sido prometido pelo Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Filho (PSB); ampliação de recursos para os municípios executarem perfuração e instalação e recuperação de poços artesanais; e a aprovação de planos municipais de ações emergenciais para aplicação de Fundo a Fundo.

“Esta é a maior seca dos últimos 50 anos, não só atinge o Sertão e o Agreste, também chegou à Zona da Mata. É difícil dizer em qual local está pior. Nós queremos sentar à mesa e discutir com o Governo Federal. Precisamos agilizar a liberação de recursos. E que esses recursos precisam ser descentralizados”, explicou o prefeito do município de Afogados da Ingazeira e presidente da Amupe, José Patriota (PSB).

Segundo o tesoureiro da Amupe e prefeito do município de Cumaru, Eduardo Tabosa Júnior (PSD), o protesto não possuiu caráter político. “A gente quer uma flexibilização para conseguir as coisas. Não é uma luta contra a presidente, contra o Governo. É uma luta por recursos”, afirmou o gestor.

De acordo com o prefeito da cidade de Bezerros, Severino Otávio (PSB), conhecido como Branquinho, o Governo Estadual não está medindo esforços para ajudar os municípios que estão passando pela crise. O socialista espera que o Governo Federal se espelhe nessas ações. “Estamos em um momento de seca que não só prejudica o Sertão e o Agreste, como também prejudica o comércio da Região Metropolitana do Recife. Espero que eles (Governo Federal) escutem esse grito da gente”, ressaltou.

FALTA de compensação financeira foi a maior reclamação

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