A nova tecnologia – cultivar BRSMG 800A - permitirá que o consumidor misture a soja com o feijão sem interferir no aspecto visual e nem no sabor, além de aumentar cerca de 30% o valor protéico do prato. A semente foi criada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa -em parceria com a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e com a Fundação Triângulo. A nova semente de soja tem cor similar a do feijão carioquinha.
“Pela dificuldade que os ocidentais têm em introduzir a soja em sua alimentação, busquei em meus trabalhos de melhoramento genético uma alternativa de consumo de soja mais popular para o brasileiro. Passei a procurar uma soja com tegumento (coloração) mais escuro e que visualmente pudesse se aproximar do feijão. Assim desenvolvemos a soja marrom”, explica o pesquisador Neylson Arantes, da Fundação Triângulo.
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM) realizou testes sensoriais para avaliar o desempenho da BRSMG 800 A, em termos de textura, sabor, cor e aparência. Para isso a soja marrom foi elaborada como feijão tropeiro e também misturada ao feijão carioquinha. O IFTM fez testes misturando - em proporções de 10 a 50% - a soja marrom ao feijão carioquinha. “A pesquisa mostra que a mistura proporcional de 50% entre a soja e o feijão pode aumentar em 30% o valor protéico do prato e ainda garantir um sabor agradável”, explica o pesquisador da Embrapa Soja, Vanoli Fronza.
Em termos agronômicos, a BRSMG 800A apresenta potencial produtivo compatível com a média de outras cultivares de mesmo ciclo presentes no mercado. Além disso, possui resistência às principais doenças da soja. A nova cultivar é do grupo de maturidade 8.0, apresentando ciclo médio, em Minas Gerais, região para onde é indicada.