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23Mai2013

Mosca-da-fruta ameaça pequenos produtores

A mosca-da-fruta está se espalhando no polo de fruticultura irrigada do Vale do São Francisco e provocando perdas para os produtores daquela região. “Estão faltando recursos federais. Os governos de Pernambuco, Bahia e a União fizeram um investimento vultoso na Moscamed, que agora não tem recursos para operacionalizar o combate à praga. Não é ameaçando multar os produtores que vai se fazer o controle desse inseto”, criticou o presidente da Associação dos Produtores, Exportadores de Hortifrutigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco (Valexport), José Gualberto. Até março de 2011, o controle da mosca-da-fruta era realizado nas pequenas propriedades pela organização social Moscamed e os recursos vinham de um convênio firmado com o Ministério da Agricultura.

O fim desse convênio (em 2011) deixou a Moscamed sem recursos para continuar fazendo o controle da praga, o que contribuiu para aumentar a quantidade de mosca nas pequenas propriedades. Geralmente, os grandes produtores fazem o controle da proliferação do inseto, porque é uma das exigências para que ocorra a exportação.

A Moscamed reduzia a quantidade de insetos usando um produto biológico que mata as moscas. Depois disso, produzia moscas machos estéreis, impedindo o nascimento de novos insetos. “Já pedimos a renovação do convênio, mas não sabemos se isso vai acontecer. Temos a criação das moscas em colônia, mas não conseguimos fazer em larga escala porque o convênio acabou”, afirmou a supervisora de Pesquisa e Desenvolvimento da biofábrica Moscamed Brasil, Ítala Damasceno.

“É um problema sério. Já perdi 5% da produção por causa da mosca e faço o controle da praga”, resumiu o produtor de uva, Adilson Pereira, que planta essa cultura em 6 hectares no perímetro irrigado Maria Tereza, em Petrolina. Ele não revelou o prejuízo financeiro, mas acrescentou que produz, em média, 30 toneladas da fruta por hectare.

Com o aumento da praga, a Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro) aumentou as ações para divulgar iniciativas que reduzam a proliferação do inseto. Em junho, devem começar as fiscalizações cobrando iniciativas que controlem a propagação. A agência publicou a portaria nº 8 de 2013 que estabelece uma multa de R$ 2,5 mil aos produtores que não fizerem o controle da praga. Quando a mosca pousa na fruta, ela coloca os ovos e aí aparecem as larvas.

A fruta fica com manchas, mas as larvas não provocam doenças no ser humano. O Vale do São Francisco é responsável pelas exportações de 90% da manga e de 98% da uva de mesa realizadas no País.

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