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03Mai2012

Milho verde está 20% mais caro

PREÇOS O aumento foi provocado pela seca, que reduziu o volume do produto ofertado. Mas a Ceasa descarta falta de milho no São João

A estiagem está provocando a alta do milho verde, comercializado ontem com um acréscimo de 20% no preço, quando comparado com o mesmo período do ano passado na Ceasa. Lá, a mão de milho – que tem 50 espigas – estava sendo vendida, em média, por R$ 12, enquanto era comercializada, também na média, por R$ 10 no começo de maio de 2011. “Está chegando 25% menos do produto do que em 2011, mas isso não significa que vai ficar assim até o fim do período junino”, diz o diretor técnico da Ceasa, Paulo de Tarso.

“Ainda é cedo. O comportamento do preço do milho este ano só ficará mais definido no dia 15 de maio”, afirma Paulo. Ele acredita que, este ano, alguns produtores adiaram o plantio por estarem receosos se a estiagem ia provocar grandes perdas na colheita.

Cerca de 70% de todo o milho plantado no Estado é irrigado, enquanto os 30% restantes são cultivados em áreas de sequeiro (onde não é possível fazer irrigação). Em Pernambuco, a estiagem pode prejudicar até o milho irrigado. “Quando não chove, falta água nos reservatórios para fazer a irrigação”, explica Paulo, acrescentando que não vai faltar milho para os festejos do período junino no Estado. Em anos anteriores, o milho foi importado de outros lugares, quando houve uma maior perda da safra local.

Os meses de maior consumo do milho verde são maio e junho por causa das comidas típicas do período junino. Somente na Ceasa, são comercializadas cerca de 15 milhões de espigas nestes dois meses. Os produtores pernambucanos respondem por 90% do consumo do produto. “Também importamos de produtores que plantam no Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, comenta.

No Estado, o milho é cultivado nos municípios de Vitória de Santo Antão, Passira, Chã Grande, São José do Belmonte, Bonito, Camocim de São Félix e Ibimirim. Vitória e Chã Grande ficam na Zona da Mata. Os demais produtores estão no Agreste e Sertão, regiões mais atingidas pela atual estiagem.

Até agora, Paulo argumenta que não há motivo para perda grande da safra em Pernambuco porque há água em grande parte dos mananciais usados pelos produtores para irrigação.

A maioria dos consumidores compra o milho mais caro do que o preço da Ceasa, que fornece para revendedores. Este ano, a minha expectativa é que a mão de milho chegue a R$ 30 por causa da seca”, comenta a contadora Teresa Cordeiro, que compra, uma semana antes do São João, duas mãos de milho para fazer canjica e pamonha para a família e amigos.

No ano passado, ela pagou R$ 25 na mão adquirida nas proximidades do Mercado da Encruzilhada. “Tem um milho mais barato, mas o mais caro é melhor e rende mais”, comenta a consumidora, lembrando que o feijão já subiu de preço devido à estiagem.

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