A banana é uma fruta produzida em todas as regiões brasileiras e está presente na mesa das diversas camadas sociais. Com uma área cultivada de 511 mil hectares e produtividade média de 19 toneladas/ha/ano, o Brasil é o quinto maior produtor de banana do mundo, com uma produção anual de 7,19 milhões de toneladas. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), aproximadamente 84% da produção destinam-se ao consumo interno. Na região Norte, segunda maior produtora do país, apesar das excelentes condições de clima e solo, a cultura enfrenta sérios problemas com as pragas, principalmente, a Sigatoka-negra.
A bananeira, conforme explica o pesquisador Romeu de Carvalho, da Embrapa Acre, é uma planta muito sensível à competição por água e nutrientes. As práticas culturais, quando realizadas de forma adequada, e na época indicada, são fundamentais para garantir o bom desenvolvimento das plantas, a produtividade e a qualidade dos frutos. “É necessário realizar o controle de plantas daninhas até os seis meses de plantio, e procedimentos como desbaste, poda, adubação e calagem ao longo do ciclo de vida dos cultivos, conforme recomendações técnicas”, diz.
Segundo o pesquisador, a falta de conhecimentos técnicos e a ausência de informações sobre os benefícios dessas práticas, aliadas à questão cultural, são as principais causas da não adoção de práticas de manejo nos cultivos. “O produtor acredita que o conhecimento tradicional é suficiente para garantir boa produção”.
Novas tecnologias desenvolvidas pelos pesquisadores criaram novas cultivares resistentes às pragas.
Entre elas as variedades de banana Thap Maeo, Preciosa e Japira (tipo prata), resistentes à Sigatoka-negra, Sigatoka-amarela e Mal-do-panamá, recomendadas pela Embrapa. Fonte de renda para centenas de famílias de agricultores, a banana está entre as frutas com grande potencial de mercado. Bastante procurada, seja para o consumo in natura ou para uso na culinária, a fruta tem mercado garantido.
De acordo com o economista Claudenor Pinho de Sá, as variedades resistentes a doenças representam um salto qualitativo na bananicultura. Os resultados no campo mostram que seu cultivo é viável economicamente. “A produtividade média dos plantios é de 20 toneladas/ha/ano e a renda média familiar anual R$ 5.097, mais que o dobro se comparadas às cultivares do sistema convencional. Além disso, por serem livres de doenças proporcionam segurança à cultura e a garantia de que o esforço familiar não será desperdiçado”, explica o analista.
Para o pesquisador, a grande vantagem no cultivo da banana está na renda escalonada proporcionada pela cultura, ou seja, a partir do momento em que os plantios começam a produzir, o produtor tem renda mensal garantida. “Com outras culturas isto não acontece. Esse diferencial serve de incentivo para a permanência das famílias no negócio”, ressalta.