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30Ago2012

Litro do leite vai subir 6% em até 60 dias

A recente alta de 25% no preço dos insumos utilizados pela pecuária leiteira, em especial na ração animal, devido ao aumento das cotações das commodities no mercado exterior, deve elevar o preço do leite para o consumidor final em cerca de 6% nos próximos 30 ou 60 dias. É o que prevê o presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite da Federação da Agricultura, Pecuária e Pesca do Rio de Janeiro (Faerj), Ricardo Bastos.

Segundo ele, o custo de produção está defasado entre 5% e 6% em relação ao recebimento do leite. “Como a cadeia vai passo a passo, o produtor hoje está com 6% de prejuízo”, indicou. Ele prevê que, agora, para buscar o equilíbrio, os produtores vão reduzir a quantidade de insumos usados na atividade, assim como a própria produção, até encontrar uma estabilidade. “Com essa queda de produção, o laticínio, como precisa de leite, tem que ter um adicional para conseguir mais leite. Isso é um efeito dominó. Por isso é que leva entre 30 e 60 dias para chegar ao consumidor final”, explicou.

Caso seja aplicado o reajuste de 6%, como preveem as entidades, o preço médio do litro do leite nas prateleiras dos supermercados do Estado irão saltar dos atuais R$ 2,50 para R$ 2,65, ou seja, um acréscimo de R$ 0,15. “Vale ressaltar que o valor atual de R$ 2,50 por litro é a média aplicada no mercado, mas este valor pode variar por marca”, explicou o presidente do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado de Pernambuco (Sindileite), Carlos Albérico Bezerra.

Em Pernambuco, assim como em todos os estados do Nordeste, o aumento será sentido. “Com a estiagem no Semiárido nordestino, a produção caiu na ordem dos 40%, pois se não há chuva, não há pastagem e, naturalmente, não tem leite”, disse Bezerra.

Ele explicou ainda que, nestas condições, os criadores mais técnicos tendem a usar concentrados que são à base de grãos (milho e soja), que no mercado internacional tIveram alta no preço também devido à seca que atinge os Estados Unidos. “Os nossos grãos acompanham a Bolsa de Chicago (EUA), que determina os preços internacionais”, explicou.

Entretanto, há uma chance de isso não acontecer. Isso porque Ricardo Bastos acredita que o impacto dos insumos no preço do leite pode ser atenuado por meio da liberação, pelo Governo, dos estoques de milho, de soja e de farelo de soja, os principais insumos da produção. Ele lembrou que o setor produtor leiteiro já sofreu um aumento de mão de obra, que incide sobre o custo de produção em até 15%, enquanto o peso dos insumos é bem maior, da ordem de 40%.

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