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01Jul2013

IPA produz fungo contra moleque-da-bananeira

O Estado produz 400 mil toneladas de banana por ano, sendo a segunda cultura mais importante para a Zona da Mata. Perde apenas para a cana-de-açúcar. Entretanto, os bananais sofrem todos os anos com a ameaça do besouro popularmente conhecido como moleque-da-bananeira. O ataque do inseto pode levar ao tombamento da planta e, em grande quantidade destruir toda a plantação. Para evitar as perdas, o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) vem desenvolvendo o controle biológico da praga que, além de tudo, dispensa o uso de agrotóxicos nas plantas.

A ação se dá por meio da utilização de iscas embebidas numa solução aquosa à base do fungoBeauveria bassiana, resultado das pesquisas desenvolvidas pelo pesquisador do IPA, Gilson Melo, na década de 1980. Ao entrar em contato com a armadilha, o inseto é contaminado pelo fungo e morre aproximadamente em uma semana. “O ideal é que o produtor coloque uma média de 50 iscas por hectare de bananal. Isso é suficiente para acabar com o moleque-da-bananeira e suas larvas, garantindo a produção”, disse o pesquisador em fitossanidade do IPA, Vanildo Cavalcanti.

De acordo com Cavalcanti, esse tipo de controle biológico não provoca desequilíbrio na fauna. “Antes de colocar as iscas, realiza-se um teste antes espalhando a armadilha sem o fungo. Se mais de cinco forem atacadas pelo inseto, aí sim existe a necessidade de fazer o controle”, alertou o pesquisador. Há ainda, uma técnica de manejo na qual o fungo, diluído em água, é pulverizado em material orgânico (lixão), resultado da limpa dos bananais e colocado entre as fileiras.

Os laboratórios do IPA têm capacidade para produzir mais de uma tonelada de Beauveria bassianapor mês. Um quilo do produto, que é suficiente para aplicar em um hectare, pode ser comprado por R$ 6. Vanildo Cavalcanti explicou que, por se tratar de um organismo vivo, o fungo é produzido por encomenda, sendo o maior pico de demanda nos períodos chuvosos.

Em Pernambuco, estimase que existammais de 40 mil hectares cultivados com banana, estando a grande maioria das plantações distribuídas entre a Zona da Mata Norte, principalmente nos municípios de Machados, Vicência e São Vicente Férrer; e as lavouras irrigadas do Vale do São Francisco. A cultura é encontrada, ainda, distribuída em diversas regiões do Agreste e do Sertão.

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