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21Mar2011

Importância da fruticultura

Quando, em meados da década de 1970, o grupo paulista Pérsico Pizzamiglio descobriu as virtudes climáticas e a composição das terras próximas ao Rio São Francisco, Pernambuco estava assistindo o início de uma grande transformação frutífera na vale cortado pelo grande rio, surgindo, então, uma série de plantações de frutas exportadas para o exterior. Nascia, também, a Fazenda Milano, de propriedade daqueles empreendedores, que viria a produzir o vinho Boticelli com diferentes matizes.

    Diga-se de passagem, salvo engano, que os empreendedores de São Paulo fabricavam no seu Estado de origem estruturas metálicas, ficando, no entanto, certos que seria viável, comercialmente, plantar videiras, colher uvas e produzir vinho, pois havia luz solar na região durante o ano inteiro, água em quantidade para a irrigação e solo apropriado ao cultivo. Houve, então, naquela região, uma diversificação da fruticultura, plantando-se outras espécies, além do surgimento de outras vinícolas que ali continuam estabelecidas.
    Dados recentes do IBGE revelam que a produção brasileira de frutas cresceu 19% em oito anos (2001 a 2009), número que constitui um indicador favorável à expansão da fruticultura no País.
O consumo também aumentou, passando de 113 quilos por habitante/ano para 125 quilos no mesmo período. Atribui-se o avanço aos investimentos em novas tecnologias no curso dos anos, influindo para melhorar a produtividade. Outro fator para o desempenho positivo do setor foi o preço médio, que teve menos impacto sobre os consumidores, em comparação a outros produtos, devendo se salientar, ainda, melhora no poder aquisitivo de grande parte da população.
    Houve, no entanto, uma queda no saldo da balança comercial de frutas frescas, tendo como causa primordial a valorização do real em relação ao dólar, tanto que, em comparação com 2009, caiu 21% em 2010, se bem que o saldo permanecesse positivo.
    Em resumo, seria interessante que o Ministério da Agricultura continuasse prestigiando a atividade do setor voltada para a exportação, mas, ao mesmo tempo, que buscasse caminhos que estimulasse culturas frutíferas destinadas, também, ao mercado interno, ambas políticas saudáveis para tão importante atividade econômica.

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