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10Nov2011

Grande Recife concentra riqueza

Os avanços sociais e econômicos tendem a se concentrar mais e mais na região metropolitana de Pernambuco. A VII Análise Ceplan, divulgada ontem e que pela primeira vez se debruçou na avaliação dos indicadores socioeconômicos do interior do Estado, mostrou um tímido avanço nas demais regiões, mas que perdem força quando são observados os níveis de desigualdade na distribuição de novos investimentos – apontando para um movimento de reconcentração no futuro. Para se ter uma ideia, dos R$ 52,7 bilhões que serão colocados na economia de Pernambuco por empresas privadas nos próximos cinco anos, 77% ou R$ 40,7 bilhões serão destinados ao Grande Recife.

No setor industrial, que proporciona os melhores postos de trabalho e repercute de forma mais abrangente na economia, dos R$ 39,7 bilhões que serão investidos em Pernambuco, R$ 34,5 bilhões vão para a região metropolitana e R$ 5,1 bilhões para o restante do Estado. O problema é que desse volume, R$ 4 bilhões se referem a um único projeto, o Complexo Automotivo da Fiat, que será instalado em Goiana, na Mata Norte. Ou seja, apenas R$ 1,1 bilhão está destinado a ser distribuído por todas as outras regiões.

“Houve desconcentração nos últimos anos, mas os indicadores sociais do interior do Estado ainda são preocupantes. Esses resultados reforçam a necessidade de planejar o desenvolvimento de acordo com as diferenças espaciais, de regionalizar as políticas públicas, adotando ações sociais específicas para regiões onde há maiores índices de analfabetismo ou de mortalidade infantil, por exemplo”, comentou o economista e sócio-diretor da Ceplan, Jorge Jatobá.

Na avaliação da consultoria, o crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) e no estoque de empregos verificado em regiões como os Sertões do Moxotó e do Pajeú e Agrestes Meridional, Central e Setentrional (ver arte ao lado) são positivos de forma relativa. Mesmo avançando a taxas mais elevadas que as da região Metropolitana e de todo o Estado, essas regiões têm pouca expressividade no total de postos de trabalho e geração de riquezas dentro de Pernambuco.

A situação mais diferenciada fica por conta do Sertão do São Francisco, onde a dinâmica econômica, baseada na fruticultura irrigada, é mais consistente. O Sertão Central também dá mostras de mudanças mais concretas, se firmando como polo do logística.

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