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20Mai2013

Gado de qualidade e uvas com padrão internacional

Em pleno deserto de Hermosillo, estado de Sonora, o México cria gado de alta qualidade e cultiva uvas irrigadas de padrão internacional. No mesmo espaço, aridez e a fertilidade do planejamento que aperfeiçoa tudo o que a terra é capaz de gerar. No Rancho 17 (a 17 quilômetros e 17 minutos da cidade), bovinos são alimentados com ração de produção própria, simples, mas balanceada. Viram carne, vendidos aos Estados Unidos e ao Japão, em um oásis em meio à sequidão. Sem metáforas.

Anfitrião no Rancho 17, Juan de Dios Flores narra a propriedade de cerca de mil hectares (com 20% de utilização) cuja principal atividade é a criação de 8,5 mil cabeças em um esquema de cooperativa de micro negócios. Além de dar conta da ração animal, o grupo faz estudo para grandes empresas dos setores farmacêutico e alimentício, como Purina. Em 1991, quando foi criado, o Rancho 17 tinha 300 animais e a projeção, em pouco tempo, é bater 12 mil.

“Não produzimos quantidade, mas qualidade”, repete Flores, em vários momentos da visita. Certa hora, ele comenta até uma raça própria, a Sonora 17. Nos cochos, uma mistura que leva milha, alfafa, trigo e melaço resulta em um ganho de peso surpreendente: em até 220 dias, um animal passa de 200 a 500 quilos.

NO PACKING HOUSE
Passar pelas parreiras do Vinhedo Costa, também em Hermosillo, deu uma lição: ou o produtor é cientificamente informado, ou acompanha o mercado, ou perderá dinheiro. Mesmo com operações e processos mais simples (como a inutilização da packing house), as uvas mexicanas têm competitividade para serem aceitas nos mercados americano, inglês e asiático.
Outro ponto que chama atenção é que os importadores europeus exigem dos exportadores pernambucanos o uso do packing house para beneficiamento, embalagem e armazenagem de uvas. No México, mostrou Romo, o processo fica no campo, com custo bem menor ao produtor.

Uma das diferenças está na utilização e no custo da água para irrigação. No México, o governo federal faz concessões de 25 anos para o uso da água aos produtores, ao preço de US$ 1 por mil metros cúbicos (m³). No Brasil, são feitas outorgas para perfuração de poços. O resultado é que o produtor mexicano mostra-se mais consciente quanto ao recurso.

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