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11Dez2014

Emprego na indústria é pior do que em 2008

Após meses consecutivos de cortes de pessoal, o total de empregados na indústria já é 8,7% menor do que o pico registrado em julho de 2008, no auge da crise mundial, segundo Fernando Abritta, economista da Coordenação de Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O patamar do emprego no setor é o segundo mais baixo da série histórica da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário, iniciada em janeiro de 2001. “O nível de emprego só não foi mais baixo que o de outubro de 2003”, diz Abritta.

Na comparação com outubro de 2013, houve redução de 4,4% no número de trabalhadores, resultado de demissões em todos os 14 locais pesquisados. Em São Paulo, a queda foi de 5%, com cortes em 16 das 18 atividades investigadas. Em Pernambuco a queda foi de 1,9%.

O setor que teve maior impacto no resultado nacional foi o de meios de transportes,um recuo médio de 8,1% no Brasil. “São as montadoras, fábricas de autopeças, motocicletas”, explicou Abritta.

O pesquisador ressalta que o emprego na indústria já não escapa de uma retração no fechamento do ano, porque já acumula uma queda de 3% dejaneiro a outubro.

O IBGE ainda vai calcular os dados dos últimos meses de 2014. “Mesmo que novembro e dezembro venham com taxas positivas, não dá para evitar a queda no ano, porque os dez primeiros meses puxam o resultado para baixo. Só temos dois meses pela frente, não serão suficientes para reverter essa perda”, afirmou Fernando.

O recuo no emprego industrial em 2014 deve ser mais intenso do que o registrado nos dois anos anteriores. Em 2012 houve uma retração de 1,4% e em 2013, redução de 1,1%. “Esse ano está com queda mais intensa”, afirmou Abritta.

Segundo ele, o quadro conjuntural é difícil para a indústria. O Brasil está com taxas de juros elevadas, inflação no teto da meta, crédito em desaceleração, menor consumo das famílias, consumidores mais endividados, estoques altos e balança comercial desfavorável, com redução de exportações para a Argentina. “O cenário não é favorável para a indústria nos próximos meses e isso se reflete no emprego, tanto é que cai há três anos e um mês (na comparação mês contra mesmo mês do ano anterior)”, disse Fernando.

Abritta afirmou que os resultados negativos registrados no número de horas pagas podem se refletir em novas demissões. “Pode ser que sim, ainda mais que a indústria

vem com um desempenho fraco. A melhora na produção nos quatro últimos meses não foi suficiente para recuperar a queda acumulada em meses anteriores”, afirmou.

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