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25Jul2011

Cultivo ajuda a resfriar clima

O setor sucroalcooleiro de Pernambuco tem mostrado mobilização e dedicação para incluir a cana-de-açúcar como cultura consolidada prevista pela emenda 164 do novo Código Florestal, já aprovado pela Câmara Federal. Enquanto a proposta não chega ao Senado, um estudo conduzido pela Universidade de Stanford, na Califórnia (EUA), divulgado na revista Nature Climate Change, apresenta o cultivo enquanto instrumento colaborativo para o resfriamento do clima, gerando ainda mais subsídios aos produtores.

De acordo com a pesquisa, a planta é uma das mais eficientes na conversão de energia luminosa em energia química por meio da fontossíntese. Esse processo comum, ocorrido com todas as espécies, mas potencializado no cultivo da cana-de-açúcar, ajuda inclusive na redução do aquecimento global, medido pela quantidade de CO2 presente na atmosfera. A cana pertence a um grupo de plantas chamadas de C4, que na fotossíntese o seu metabolismo consome mais CO2 que outras espécies, como as árvores comuns ou leguminosas, denominadas C3.

“Quanto mais CO2 for retirado da atmosfera, menor o efeito de aquecimento. E a proporção é relevante: 40 hectares de cana-de-açúcar consomem a mesma quantidade de CO2 que 50 hectares de alguma outra planta comum”, explicou o engenheiro agrônomo e presidente do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Júlio Zoé de Brito.

O estudo argumenta que para capturar o gás carbônico durante o processo, ela precisa abrir os pequenos poros na folha para as trocas gasosas e para a água percorrer a planta, saindo da raiz até as folhas e indo para a atmosfera. Nesse processo, ocorre a absorção de CO2 e H2O para formação de açúcares e carboidratos ao longo do seu metabolismo. Entre as diversas culturas estabelecidas no País, a cana é a menos danosa ao meio ambiente porque aplica menos defensivos, adubos e tem maior controle da erosão.

“Em se tratando de clima, os resultados do plantio é que teremos temperaturas menores quando comparadas aos pastos extensivos e ineficientes presente na maior parte das áreas desmatadas”, disse o também engenheiro agrônomo e professor da Universidade de São Paulo (USP) Edgar Gomes Beauclair à publicação que divulgou a pesquisa.

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