Segundo dados do IBGE, entre 2003 e 2010, a produção de milho em Sergipe, saltou de 86,6 para 750,7 mil toneladas, ou seja, um aumento de 867%. Este incremento na produção se deu em parte por aumento na área colhida - que cresceu 132%, passando de 78,5 para 182,1 mil hectares
A forte expansão da cultura do milho nos últimos anos, principalmente nas regiões Agreste e Sertão, que respondem por 96% da área plantada, pode, segundo os técnicos acarretar sérios problemas de erosão hídrica no solo.
O aumento no uso da mecanização e intensidade de preparo da terra, associado a práticas inadequadas de manejo, geralmente acarreta em aumento da erosão hídrica, que é considerada o tipo de degradação com maior impacto sobre a capacidade produtiva dos solos. Esse aumento na erosão está relacionado a uma diminuição da cobertura do solo, que é o principal fator para sua conservação, da rugosidade e da porosidade total da camada que foi preparada.
Os sistemas de preparo considerados conservacionistas são aqueles que se caracterizam por uma movimentação reduzida do solo e pela conservação dos resíduos vegetais, o que reduz a erosão hídrica. A conservação dos restos culturais na superfície do solo tem a capacidade de controlar melhor as perdas de solo e água do que a incorporação total ou parcial desses resíduos. A semeadura direta possibilita que os restos das soqueiras sejam ancorados ao solo, elevando assim a consolidação de superfície e, dessa forma, aumentando a resistência à erosão.
A fim de se antecipar aos efeitos nefastos da degradação dos solos pela erosão hídrica ocasionadas por práticas inadequadas de manejo, e propor soluções para a conservação dos solos nas regiões de expansão da cultura do milho no Estado de Sergipe, a Embrapa Tabuleiros Costeiros, mantém uma estação experimental para monitorar e quantificar as perdas de solo, água e nutrientes por erosão pluvial.