No intuito de fortalecer o setor sucroenergético para viabilizar políticas públicas e consolidar a relação entre as unidades agroindustriais e os fornecedores de cana-de-açúcar, representantes dos dois segmentos se reuniram ontem, no Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar -PE), para dar início ao processo de homologação do estatuto que regerá o Conselho dos Produtores da Cadeia Produtiva da Cana do Estado (Consecana-PE). “Além de estabelecer os preços do setor, o documento demonstra o amadurecimento das usinas e fornecedores e possibilita que as demandas da cadeia produtiva sejam atendidas nas esferas estaduais e, principalmente, federal”, explicou o presidente do Sindaçúcar, Renato Cunha.
De acordo com o secretário de Agricultura do Estado, Ranílson Ramos, esta é mais uma agenda positiva para o setor, que fatura R$ 1,7 bilhão por ano e gera cerca de 100 mil trabalhos diretos. “É a prova de que o segmento sucroalcooleiro está maduro em relação à verticalização da cadeia, fortalecendo o fornecedor e a agroindústria para o enfrentamento com os setores públicos, principalmente com a União. Com o Consecana é possível dar mais gás às discussões em torno de políticas públicas e incentivo à desoneração. É um momento oportuno para o estreitamento da relação entre o setor e o Estado”, afirmou Ramos.
Para este ano, segundo o secretário, o Estado está investindo R$ 6 milhões na compra de fertilizantes para distribuir a cerca de 15 mil produtores de cana, através do Programa Terra Ponta. Durante a primeira assembleia do conselho, o presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de Pernambuco, Alexandre Andrade, falou sobre a importância do Consecana e, também, solicitou ao secretário de Agricultura que tente, junto aos envolvidos no setor, viabilizar estratégias que miniminizem os problemas de falta de chuva na Mata Norte do Estado, já que na região grande parte dos produtores perderam 30% da produção na safra passada.
“O Conselho vai contribuir para promover o equilíbrio socioeconômico de toda a cadeia produtiva do setor, zelando pelo relacionamento entre produtores e industriais. Além disso, o Consecana é importante porque determina o preço final que as usinas vão repassar aos fornecedores”, declarou Andrade. Durante dois anos, o conselho será presidido por Gerson Carneiro Leão, que atualmente é presidente do Sindicato dos Cultivadores de Cana de Pernambuco. Depois, ele será substituído por Renato Cunha ou por Alexandre Andrade, que integram a diretoria do conselho. Os membros do Consecana se reunião uma vez por mês para discutir assuntos relacionados à atividade canavieira.