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03Jan2011

Clima prejudica safra 2009/2010

   O desequilíbrio climático que afetou as principais plantações do Estado, a exemplo da cana-de-açúcar, milho, feijão e hortifruticultura, foi o principal fator da queda de produção na safra 2009/2010. De janeiro a setembro de 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) acumulou um crescimento de 9,4%, sendo a agropecuária - com destaque para as lavouras - responsável por 6,8% do total. No mesmo período de 2009, o resultado do setor chegou a quase 10% do PIB, segundo informou o secretário de Agricultura do Estado, Ranílson Ramos.
   “Foi a seca que dizimou quase 100% da agricultura familiar. A medida emergencial adotada pela secretaria foi a liberação de R$ 54 milhões destinados a 96 mil contratos firmados pelo Programa Garantia Safra, que ressarce os produtores que tiveram perdas de mais de 50% das lavouras, com subvenções de R$ 600 por agricultor”, explicou Ramos.
   Na tentativa de organizar as cadeias produtivas, estabelecer políticas específicas para o setor e, assim, ampliar a concessão de créditos, implantar novas tecnologias e tratar cada um dos segmentos de acordo com suas necessidades, o Governo do Estado já autorizou que, a partir deste ano, a gestão das câmaras setoriais da cana e da fruticultura seja transferida da Secretaria de Desenvolvimento Econômico para a pasta de Agricultura. “Com a nova estratégia, pretendemos, ainda, implantar a Câmara Setorial do Leite, setor que está produzindo atualmente dois milhões de litros do produto por dia, nas regiões do Agreste e Sertão”, explicou Ramos.
   Para reforçar a nova empreitada, a Lei Orçamentária Anual (LOA) aprovou orçamento de R$ 278 milhões para serem investidos no decorrer deste ano, um incremento de 11% nos recursos. Em 2010, o montante investido foi de R$ 250 milhões. “Em 2007, nosso orçamento era de R$ 128 milhões. De lá até então, tivemos um acréscimo de 96% na verba destinada à agricultura para uma inflação de 20%”, pontuou. De acordo com o estudo de projeção do agronegócio realizado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), nos próximos dez anos este segmento terá crescimento de 40% no Brasil, enquanto nos Estados Unidos terá aumento de 10% e a União Europeia contará com incremento de apenas 4%.
   “Iremos crescer dez vezes mais do que a Europa no setor do agronegócio. Cresceremos com expansão de área e desenvolvimento tecnológico para melhorar a produtividade. Por isso, queremos trazer as câmaras setoriais para discutir o agronegócio de Pernambuco em nível nacional, principalmente sobre o etanol feito a partir da cana, sem esquecer da agricultura familiar, responsável pela geração de sete em cada dez empregos do agronegócio no Estado”, declarou.
   O secretário disse ainda que o setor que apresentou melhor desempenho em 2010 foi o da avicultura, que registrou um total de 50 milhões de aves abatidas contra 38 milhões em 2009, representando crescimento de 20%. Em seguida vem a produção leiteira, com incremento de 25%, saltando de 1,6 milhão de litros produzidos por dia em 2009 para dois milhões de litros no ano passado. Para atingir tamanho volume, o Agreste e o Sertão pernambucanos contam com 550 mil vacas leiteiras. “De 2009 para 2010, tivemos a recuperação de 15% de área plantada da fruticultura irrigada, com destaque para a produção de manga e uva”, concluiu.

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