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06Mai2011

Chuvas pesam no bolso

As fortes chuvas que atingem o estado há três semanas começam a pesar no bolso dos pernambucanos. Uma conta que já está mais alta é a da alimentação. Pelo menos, no que se refere aos vegetais. Em alguns estabelecimentos, os preços das folhosas já foram reajustados. Em outros e no Centro de Abastecimento Alimentar (Ceasa) de Pernambuco, a previsão é de aumento nos próximos dias, principalmente se as precipitações continuarem. Os valores das frutas, legumes e outras verduras não devem sofrer mudanças.

O proprietário da Loja Mangaio, em Casa Amarela, José Ribeiro, diz que, desde a semana passada, as folhosas disponíveis no Ceasa, vindas de municípios como Vitória de Santo Antão e Chã Grande, estão com um tamanho bem menor do que o normal. O preço, no entanto, teria crescido de 200% a 300%. O impacto no bolso do consumidor, segundo ele, ficou entre 100% e 150%. A alface americana, por exemplo, passou de R$ 1, 15 para R$ 2,35, e a crespa, de R$ 0,95 para R$ 1,95. Os valores das frutas, por enquanto vêm de outras áreas, como São Paulo e Petrolina. “Talvez subam mais adiante, por causa da dificuldade de acesso, mas não dá para saber o quanto”, afirma.

Situação similar está sendo vivida no Sacolão Frutiverde, no Espinheiro. O gerente da loja, José Durval, conta que, atualmente, o principal problema é mesmo a qualidade das hortaliças. “São produtos muito sensíveis às chuvas e o plantio fica na região de Vitória de Santo Antão, onde houve muitos alagamentos.” Outra dificuldade é a falta de alguns itens, como brócolis, rúcula e vagem. Segundo Durval, as hortaliças no Ceasa não estão mais caras. No entanto, ele prevê que, se a chuvas continuar por mais uma ou duas semanas, os preços poderão ser reajustados.

O presidente do Ceasa, Romero Pontual, afirma que, por enquanto, não há problemas de abastecimento ou aumento de preços. “Quando as plantações alagam, os produtores colhem tudo o que podem, para jogar no mercado. Por isso, os valores estão iguais aos de antes. Alguns itens estão até mais baratos, já que poderiam ter se perdido”, afirma.

Este cenário, no entanto, pode mudar. “Teremos um diagnóstico do abastecimento na próxima semana. Dependendo da queda, é natural que haja uma subida de preço, pela lei da procura e oferta. Mas ainda não sabemos de quanto será esse aumento”, explica Pontual. Segundo ele, as chuvas não devem interferir na disponibilidade e nos valores das frutas, devido à forma de plantio e à diversidade de procedências.

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