As variedades abrem um novo nicho de mercado para agricultores familiares e para produtores de maior porte, incluindo exportadores. Comercializado na Europa há pelo menos uma década, o abacaxi ornamental tem mercado inexpressivo no Brasil e apenas duas variedades são conhecidas – Ananas comosus var. bracteatus e var. erectifolius.
As três novas variedades de abacaxis ornamentais desenvolvidas pela Embrapa Mandioca e Fruticultura, em Cruz das Almas, na Bahia, foram apresentadas pela primeira vez ao público, em Fortaleza, no Ceará. As variedades foram desenvolvidas a partir de outras que estão conservadas no próprio banco de germoplasma de abacaxi da Unidade, que tem mais de 600 acessos e uma enorme riqueza e variabilidade genética da espécie. “Dentre as variedades silvestres, que não são comestíveis, muitas possuem frutos pequenos, hastes retorcidas e cores variadas, características muito interessantes que podem ser melhor exploradas como ornamentais.
A partir de um criterioso trabalho realizado com esta coleção, foi possível identificar e melhorar materiais com potencial para usos diversos no segmento de flores”, explica Fernanda Vidigal, pesquisadora responsável pelo trabalho que vem sendo realizado nos últimos nove anos. As variedades desenvolvidas pela Embrapa atendem a todos os tipos de usos de abacaxi ornamental: vasos, hastes florais, paisagismo (jardins) e folhagens de corte. Para serem usados como hastes florais, os abacaxis precisam ter hastes longas, frutos pequenos e uma relação coroa/fruto bem equilibrada.
Para o mercado externo, estas hastes devem ter no mínimo 40 cm e ser retas. Já em testes realizados com consumidores e floristas brasileiros se observou que o gosto do brasileiro é diferente. “Nossos floristas apreciam hastes sinuosas, que conferem mais movimentos aos arranjos florais”, afirma Fernanda. Para a comercialização em vaso, as plantas devem ser compactas, com folhas e hastes curtas e frutos pequenos. “Já o uso no paisagismo é livre, mas algumas plantas de porte grande se prestam bem para grandes espaços. As folhas, por sua vez, são excelentes na composição de arranjos e chegam a durar mais de 30 dias em esponjas florais”, salienta.