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05Jun2012

Cesta básica está 15,5% mais cara

CUSTO DOS ALIMENTOS Aumento foi acumulado ao longo de um ano. Esse resultado deixou o Recife com o maior percentual de elevação entre as capitais analisadas pelo Dieese

A cesta básica no Recife ficou R$ 15,95 mais cara entre os meses de abril e maio deste ano, aumento de 7,12%. Foi o maior salto registrado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) entre as 15 das 17 capitais brasileiras que apresentaram crescimento nos preços dos itens de consumo. Na sequência, vem Fortaleza (6,91%), Salvador (4,74%), Goiania (4,69%) e João Pessoa (4,14%). As únicas reduções ocorreram em Florianópolis (1,01%) e Brasília (0,90%). Recife foi também a cidade que registrou o maior aumento no valor da cesta nos últimos 12 meses, 15,54%, que correspondem a mais R$ 32,26.

No total, na comparação mensal local, nove dos 12 itens que compõem a cesta subiram de preço, com destaque para tomate (49,12%), banana (16,40%), farinha (8,85%), óleo de soja (8,19%) e açúcar (6,12%). Os declínios foram registrados apenas para pão (1,45%), arroz (1,05%) e leite (0,81%).

A principal causa do aumento do preço do tomate e da banana foi o início do período de entressafra, agravado ainda pela seca no Nordeste. A perspectiva é que os altos valores sejam mantidos ou até cresçam mais nos próximos meses. A entressafra do tomate termina em julho e a da banana, em agosto.

O aumento do feijão foi praticamente geral, observado em 12 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese entre abril e maio. Mais uma vez, os problemas climáticos marcam o contexto, que também tem reduzido as áreas plantadas na safra atual. O óleo de soja, por sua vez, segue a trajetória ditada pelo mercado internacional, em que a elevação da demanda mundial e problemas climáticos nas regiões produtoras pressionaram a cotação do produto.

No mês passado, o valor da cesta recifense atingiu R$ 239,92, comprometendo 41,93% do salário mínimo líquido do trabalhador local somente com despesas de alimentação. A média nacional ficou um pouco acima, 43,65%. Há um ano, a cesta custava R$ 207,66 e comprometia 41,42% do salário mínimo vigente.

Como consequência, a jornada de trabalho exigida para comprar os produtos também cresceu. Foi de 84h52m, em maio contra 79h13m em abril. Em maio de 2011, o tempo necessário foi calculado em 83h50m.

Em termos anuais, houve elevação no custo médio de todos os itens que compõem a cesta básica, com destaque para o feijão carioquinha (73,60%), café (25,71%), manteiga (20,93%), banana (20,67%) e farinha (20,43%). O açúcar foi o item que apresentou o menor aumento, 1,46%. Confira na arte a variação dos alimentos entre maio de 2011 e maio de 2012. Hoje, o Dieese pesquisa supermercados (de todos os portes), feiras, mercados públicos, açougues, num total de 108 estabelecimentos.

BRASIL

Mais uma vez, São Paulo – onde os produtos básicos custaram em média R$ 283,69 – foi a cidade com a cesta básica mais cara entre as capitais pesquisadas. Em segundo lugar aparece Manaus, localidade em que os gêneros essenciais custaram R$ 272,86, valor semelhante ao apurado para Porto Alegre (R$ 272,45) e Vitória (R$ 271,16). Os menores custos foram encontrados em Aracaju (R$ 199,26), João Pessoa (R$ 225,94) e Salvador (R$ 228,25).

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