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04Fev2015

Carência alimentar no mundo

O UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) solicitou, há poucos dias, a quantia de US$ 3,1 bilhões, valor sem precedentes, para ajudar 62 milhões de crianças em regiões afetadas elas crises humanitárias.

O pedido de recursos financeiros supera em US$ 1 bilhão a solicitação feita o ano passado pelo referido órgão, integrante da Organização das Nações Unidas (ONU), com a mesma finalidade. Naquele exercício, o UNICEF apenas recebeu 52% da quantia necessária ao objetivo pretendido.

Afshan Khan, diretora de programas e emergência do Fundo das Nações Unidas para a Infância, afirmou que dos mortíferos desastres naturais até conflitos brutais, passando por uma epidemia que se propaga rapidamente, s crianças do mundo precisam enfrentar uma nova geração de crises humanitárias”. Ela entende que “tais crises são provocadas pela fratura social, pela mudança climática ou enfermidades que afetam meninas e meninos como nunca antes aconteceu”.

Os US$ 3,1 bilhões destinam-se a ajudar de 98 milhões de pessoas, das quais cerca de 66 milhões são crianças de 71 países. A maior parte da quantia pedida, US$ 903 milhões, deverá ser destinada à Síria e arredores. Outros US$ 500 milhões irão para regiões da África Ocidental atingidas pelo Ebola, além de 38 mil crianças na Somália, que estão ameaçadas de morrer de fome.

Não se trata de fato novo neste planeta com tantas desigualdades entre povos e nações, muitos deles vítimas no passado da experiência nefasta do colonialismo, quando as grandes metrópoles exploravam as riquezas de países submetidos ao seu jugo.

O Brasil é um exemplo concreto. Inicialmente predado na tinta extraída do pau-brasil; depois pela produção do açúcar (portugueses e holandeses); e, em seguida, pelos veios auríferos, além da prata e diamantes de Minas Gerais, para nos determos apenas no período do Brasil Colônia.

A propósito do desagradável tema à sensibilidade dos que cultivam princípios humanitários, nos idos de 1946, a fome era considerada um fenômeno natural no mundo, impossível de ser revertido.

Naquela época, o médico e cientista pernambucano, Josué de Castro, de saudosa memória, comprovou que o consumo irregular de proteínas, cálcio e ferro, vitaminas, iodo e cloreto de sódio em várias Regiões do País eram as principais causas das carências nutritivas da população pobre brasileira.

Para chegar a essa conclusão, Josué de Castro, que foi presidente do Conselho da organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), órgão vinculado à ONU, viajou por todo o Brasil, dividindo-o em cinco Regiões, conforme as características alimentares de cada uma delas: Amazônia, Nordeste, Sertão nordestino, Centro-Oeste, incorporando, ainda, Minas Gerais e o Sul.

O cientista chegou a ter seu nome duas vezes indicado para concorrer a Prêmio Nobel da Paz. O livro mais importante e conhecido que escreveu foi “Geografia da Fome”, abordando um tema que continua sendo atual. Autor de frases emblemáticas, a exemplo das que citamos a seguir, como: “Denunciei fome como flagelo fabricado pelos homens, contra outros homens”; e “Só h um tipo verdadeiro de desenvolvimento: o desenvolvimento do homem”.

Em comparação com os países que o UNICEF pretende ajudar, o Brasil alcançou a meta mundial de luta contra a fome, figurando na relação das 3 nações que cumpriram os objetivo estabelecidos internacionalmente pela mesma FAO, embora ainda seja preciso avançar mais, e erradicar definitivamente esse flagelo que afeta a humanidade.

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