Pequenos produtores nacionais devem ser despertados para a importância de conservação e exploração comercial de raças naturalizadas de diversas espécies animais. Para os pesquisadores da Embrapa, essas raças são importantes por serem mais rústicas e não necessitarem de tanta tecnificação, e podem ser uma ótima opção de aumento de renda para os pequenos agricultores.
A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia mantém desde a década de 80 um programa de conservação de raças de animais domésticos conhecidas como locais ou naturalizadas, que inclui bovinos, suínos, caprinos, ovinos, equinos, bubalinos e asininos. Essas raças são chamadas de naturalizadas, pois se encontram no Brasil há séculos, muitas desde a época da colonização, e, por isso, detêm características de rusticidade e adaptabilidade adquiridas ao longo do tempo. Esses animais são conservados em Núcleos de Conservação distribuídos por todo o país, o que possibilita a preservação das características de interesse, já que são preservados em seus habitats.
Um desses Núcleos de Conservação está localizado no Campo Experimental Sucupira, de propriedade da Embrapa a cerca de 30 km do Plano Piloto, no Distrito Federal, onde se encontram cerca de 200 animais, entre suínos, bovinos, equinos, caprinos e ovinos, entre outros.
Visando à difusão das raças naturalizadas de suínos, a Emater-DF, a Embrapa e a UnB apresentam no Campo Experimental Sucupira, cinco dessas raças: Piau, Moura, Nilo, Monteiro e Caruncho. Segundo o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Alexandre Floriani, é importante que o agricultor tenha consciência da preservação dessas raças “Pela rusticidade, esses animais dispensam um nível alto de tecnificação na sua criação e, por isso, representam uma ótima alternativa de fonte de renda para os pequenos agricultores da região”, explica.