Ceasa Pernambuco

Mercado

24Mar2011

Alta de preços atinge frutas, batata-doce, inhame e alface no Ceasa

Varia entre 30% e 70% o percentual de aumento de preços de frutas e hortaliças no Centro de Abastecimento Alimentar de Pernambuco (Ceasa-PE). Boa parte das frutas mais consumidas no estado está custando mais caro, mas apenas 3 entre 17 hortaliças aumentaram de valor desde o ano passado. “Em 2006 tínhamos uma produção de 640 mil toneladas ao ano e em 2010 aumentamos para 900 mil toneladas, mas a curva de consumo está muito elevada em relação à curva de preço”, diz o presidente do Ceasa, Romero Pontual.
            Entre as hortaliças, as variações mais significativas foram as da batata-doce (quase 30% de aumento, com o quilo custando R$ 1,45), do inhame (33%) e da alface (75%).“O alface subiu porque no ano passado nós tivemos uma super oferta que desestimulou os agricultores a plantar em 2011. Então a oferta de alface tá baixa, mas a procura continua a mesma”, afirma Pontual.
            No caso do inhame e da batata doce, a alta nos preços ocorreu devido a problemas climáticos na região de Bonito, no Agreste Central, ocasionando uma quebra de safra. As demais hortaliças, segundo Pontual, estão com o valor mais baixo do que no ano passado. “A gente tem uma perspectiva melhor para o segundo semestre”, diz ele.

FRUTAS
          O preço de quase todas as frutas subiu. É o caso do abacaxi, que sofreu aumento de 50% - o cento está por R$ 150. O coco seco teve uma alta de 62,50% e o coco verde subiu 11%. O quilo da laranja está 50% mais caro e o aumento de preço do maracujá foi da ordem de 70% - o quilo sai por R$ 1,92.
          No caso do abacaxi, Romero Pontual explica que a alta de preços é uma repercussão da grande quebra de safra 2010/2011 nas duas principais regiões produtoras da fruta, que são o estado da Paraíba e Gravatá, no Agreste de Pernambuco.
          Mesmo estando ‘na safra’, o preço da laranja aumentou. Segundo Pontual, 80% da produção desta fruta vem de São Paulo. Sergipe e Bahia também são produtores relevantes. Houve, segundo ele, um problema fito-sanitário em São Paulo e um alto consumo na Europa e Estados Unidos.

BOAS TROCAS
          “Infelizmente os produtos mais consumidos são os que tiveram mais aumento de preço”, diz a nutricionista Ana Valéria Toscano. Para economizar sem comprometer a saúde, ela sugere trocar a alface por outras folhas, como agrião e espinafre. Segundo ela, o abacaxi é um bom substituto para a laranja. “O importante é consumir os que estão em safra e observar a substituição por tipo de alimento. Se são dois sabores ácidos, um pode substituir o outro”, recomenda. No lugar da maçã, são boas indicações o melão, o mamão ou a melancia.
            De acordo com a nutricionista, não é necessário apalpar todos os alimentos antes de escolher. O procedimento é recomendado para os de casca mais fina, como pêra, kiwi e melão. Mas uma fruta que tem casca mais dura não precisa ser pressionada com tanta força. “As frutas e verduras estão sempre amassadas nos supermercados porque as pessoas não sabem como escolher. Isso contamina o alimento, amassa, estraga e às vezes o torna até mais caro”.

VERDE OU MADURA?
         De acordo com Ana Valéria, o estado de maturação das frutas deve ser definido a partir do tempo em que se pretende consumir. E o tamanho de uma fruta não interfere necessariamente no sabor – A maçã, por exemplo, está pequena, mas está dentro da safra e é riquíssima em vitamina C.

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