Um aspecto importante do plantio do feijão de corda ou feijão caupi deve ser uma preocupação dp produtor porque pode repercutir no aumento da produção. Estamos falando da nutrição mineral dos solos. Para os pesquisadores da Embrapa Semiárido Saulo de Tarso Aidar, Magnus Dall’igna Deon e Paulo Ivan Fernandes Júnior, a adoção de práticas simples e de baixo custo podem repercutir em aumentos significativos na produtividade da cultura.
No nordeste, os plantios desse feijão nas áreas dependentes de chuva ocorrem basicamente em pequenas propriedades, que possuem escassos recursos tecnológicos. Por isso, registra baixas produtividades em relação às outras áreas de cultivo do país. No Centro-Oeste, por exemplo, as colheitas, em média, alcançam 1000 kg/ha. É quase o triplo das que são obtidas atualmente nas áreas rurais do Nordeste: 400 kg/ha.
Para superar essa dificuldade os pesquisadores recomendam atenção com a qualidade do solo. É importante que os agricultores deixem a terra em condições de produzir uma boa colheita. O pesquisador Saulo de Tarso afirma que a carência de nutrientes no solo tem várias implicações no desenvolvimento das plantas. Se falta fósforo, por exemplo, o pé de feijão como um todo não cresce e há pouca produção de grãos. Na ausência de cálcio as folhas novas podem se tornar grossas, quebradiças e encurvadas, além de diminuir o crescimento e, em casos extremos, ocorrer a morte do broto terminal impedindo que a planta chegue a florescer.
No caso do nitrogênio, os agricultores podem dispensar o uso de adubo químico e usar os recursos naturais dessa espécie de leguminosa: a fixação biológica do nitrogênio (FBN). O feijão-caupi é capaz de se associar a bactérias do solo que captam o nitrogênio atmosférico e fornecem às plantas. Essas bactérias, chamadas de rizóbios, estão em pequenas estruturas arredondadas nas raízes das plantas, denominadas nódulos.
Esse processo ocorre graças a bactérias nativas que são encontradas no solo. Porém, pode ser potencializado por meio do fornecimento desses microorganismos no momento do plantio, através da aplicação de inoculantes. Segundo Paulo Ivan, a inoculação do feijão-caupi no Semiárido é capaz de substituir a adubação nitrogenada de até 80 kg ha, na forma de uréia, e aumentar a produtividade e o rendimento de grãos do feijão-caupi em mais de 30%, reduzindo os custos de produção.
Para Magnus, é importante o agricultor saber da disponibilidade desses elementos no seu solo. Do equilíbrio entre os chamados macronutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre), e os micronutrientes (boro, cloro, cobre, ferro, manganês, molibdênio, níquel e zinco), é que ele vai poder ter a chance de obter altas produtividades. E isto, se consegue fazendo a análise adequada e criteriosa do terreno onde vai fazer o cultivo do feijão.